UE proíbe venda de cosméticos testados em animais


UE proíbe venda de cosméticos testados em animais

A partir desta segunda feira passou a ser proibido importar ou vender produtos de higiene pessoal ou cosméticos testados em animais em toda a União Europeia. As organizações de defesa dos direitos dos animais consideram que este é um marco histórico.
"A entrada em vigor da proibição total de comercialização constitui um sinal importante do valor que a Europa atribui ao bem-estar dos animais”, afirmou Tonio Borg, comissário europeu pela política da Saúde e dos Consumidores.
 Em comunicado, a Comissão Europeia (CE) adianta que analisou “cuidadosamente os impactos da proibição de comercialização e considera que existem razões imperiosas para a sua implementação, o que está em consonância com as convicções de muitos cidadãos europeus, de que o desenvolvimento de cosméticos não justifica os ensaios em animais”.
No documento, a CE assegura ainda que irá “apoiar o desenvolvimento de métodos alternativos e a trabalhar com outros países para que estes adoptem a medida europeia” para produtos de cosmética e adianta ainda que “as tentativas para encontrar métodos alternativos prosseguirão, uma vez que a substituição integral dos ensaios em animais por métodos alternativos ainda não é possível”.
Tendo em conta que a maioria dos ingredientes utilizados em cosmética podem igualmente estar presentes em remédios, detergentes, comida e pinturas, entre outros, que não estão sujeitos à mesma interdição, a CE alerta, no entanto, que estes ingredientes podem ser utilizados em cosméticos, embora tenham sido testados em animais, na medida em que os resultados foram alcançados de acordo com a legislação que é aplicada a esses outros produtos industriais.
As restrições à comercialização de produtos cosméticos testados em animais foram aprovadas no Parlamento Europeu em 2003, começando a ter efeito no ano seguinte. Em 2004, foram proibidas as experiências com animais para a produção de cosméticos, tendo essa interdição sido alargada, em 2009, aos ingredientes utilizados na elaboração dos cosméticos. Até à data continuavam, contudo, a aparecer no mercado inúmeros produtos, oriundos de continentes como a Ásia ou a América, onde essas proibições não são aplicadas. Além disso, os testes relativos a efeitos mais complexos na saúde humana, como por exemplo a toxicidade, ainda eram permitidos.
Associações Internacionais de defesa dos direitos dos animais congratulam decisão
Para Reineke Hameleers, diretor do grupo europeu de defesa dos animais Eurogroup for Animals a proibição é "um sucesso", contudo, é necessário que outros países, como os Estados Unidos e a China, sigam o exemplo e que a Comissão Europeia e a indústria invistam na investigação de métodos alternativos aos testes de animais.
A União Europeia tornou-se "o maior mercado mundial de cosméticos livres de crueldade"., avançou, por sua vez, a Humane Society International.
Segundo Kathy Guillermo, vice-presidente da divisão de investigação de laboratórios da ONG Peta, esta interdição "abriu caminho para uma nova era de ciência sem animais" na Europa.
Já Michelle Thew, diretora executiva da Cruelty Free International, afirmou que “este é, realmente, um marco histórico e o fim de mais de 20 anos de campanha”. “Agora, aplicaremos a nossa determinação e visão num palco global, para assegurar que o mundo inteiro segue o mesmo caminho”, salientou.
Fonte: http://www.esquerda.net/artigo/ue-pro%C3%ADbe-venda-de-cosm%C3%A9ticos-testados-em-animais/27051

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